O intervencionismo estatal e as estatais são tradicionais no Brasil, bem antes de Marx

A intervenção do Estado na economia é uma tradição no Brasil. Fomos dos primeiros. E um exemplo na América Latina, especialmente com Getúlio Vargas, que foi bem melhor que Peron ou os mexicanos. Lembro que o Convênio de Taubaté, lá por 1908, já representava vasta intervenção do Estado na economia. O Estado comprava quase toda a produção de café, com preço mínimo, estocava e administrava os estoques, para garantir um preço alto. Isso foi feito, para ajudar os fazendeiros, mas poderia ser feito para ajudar o povo todo. Como o café era o nosso produto principal de exportação, de certa forma, ajudava o Brasil. Era uma vasta intervenção estatal. O mesmo ocorreu na Abolição, em 1888, sem indenização alguma aos fazendeiros. Ótimo exemplo para o mundo.

Outra grande intervenção foi o movimento do Estado de apoiar a imigração. O Estado fazia propaganda, fretava barcos, trazia milhares de trabalhadores, criava colônias, dava recursos, ferramentas e apoio. Pena que só fazia isso para colonos europeus, não o fazendo para os colonos negros, nem fazendo isso para nossos índios. Mas, foi outra grande intervenção do Estado.

Nosso Estado tinha estatais já antes de Marx. O Banco do Brasil é de 1808. Tivemos ferrovias estatais, já no Império, depois a Central do Brasil, e várias ferrovias estatais. O Estado dava apoio à criação de portos, de estradas e criava Liceus e Faculdades, Escolas Normais e laboratórios estatais. Criou a Lóide, uma estatal para barcos de navegação.

De certa forma, toda a imprensa sempre foi irrigada por dinheiro público. O Estado criou os Correios, depois Telégrafos, depois fundiu os Correios com os Telégrafos, na atual empresa de Correios, que ainda temos, não tendo sido destruída pelos neoliberais.

A peste no Brasil são os neoliberais.