Algumas tolices de Francisco Weffort, e alguns acertos, sobre getulismo e o populismo

Francisco C. Weffort, pensador cooptado por FHC, suspeito, deixou alguns textos, com erros e acertos. No ensaio “O populismo na política brasileira” (Rio, Paz e Terra, 2 ed., 1977), ele diz que o populismo foi uma forma de cooptação dos trabalhadores, por Getúlio, mas também admite que foi a forma de eclosão o movimento popular. A “expressão política da emergência popular” no processo econômico e político, do Brasil. Pelo menos, reconhecia uma parte boa no getulismo e no populismo. 

Já Boris Fausto, socialista de origem judia, também reconheceu pontos bons no getulismo. Lembro que Getúlio não era antissemita, pois nomeou um grande judeu, chamado Horácio Lafer, para seu Ministro da Fazenda. Horácio Lafer era também filósofo e deixou alguns bons textos sobre filosofia. Boris Fausto escreveu o livro “A revolução de 1930”.

O getulismo pressupunha intervencionismo estatal, planejamento público, estatais, direitos sociais e trabalhistas. E estes pontos estão corretíssimos. Sigo a mesma opinião que Jarbas Medeiros, Alceu Amoroso Lima, Jesus Soares, Angela de Castro Gomes e outros. Até Azevedo Amaral deixou bons textos sobre economia, intervenção estatal e nacionalismo. O grande Darcy Ribeiro e Brizola também sempre foram apologistas do getulismo. João Goulart foi talvez o maior apologista de Getúlio. Homens como Agamenon Magalhães, Sérgio Magalhães, o general Lott, Salgado Filho, Juscelino e outros, e mesmo Tancredo Neves, eram getulistas.