Virtudes são disposições para fazer o bem, praticar atos bons

O conceito clássico mais apurado sobre as virtudes foi dado por Aristóteles. Por ser a melhor expressão racional, este conceito foi acolhido na cultura hebraica, cristã e muçulmana. Para provar isso, basta lembrar os três filósofos mais importantes destas culturas: Maimônides (o Rambam, na cultura judaica), Avicena e Averróes (na cultura muçulmana) e Santo Tomás de Aquino e Suarez, ns cultura cristã.

O conceito clássico e hebraico de virtude foi também consagrado no “Catecismo da Igreja Católica”, no item 1803, “a virtude é uma disposição habitual e firme para fazer o bem”, “praticar atos bons”, “dar o melhor de si”, “procurar”e “escolher” o bem, “na prática”. Com uma “vida virtuosa”, pautada pelo bem comum, nos tornamos “semelhante a Deus”.

As virtudes são “perfeições habituais da inteligência e da vontade, que regulam nossos atos, ordenando nossas paixões e guiando-nos segundo a razão [virtudes naturais] e a fé [virtudes sobrenaturais]”.

A “pessoa virtuosa” age “livremente” na “prática do bem”. Além disso, “as virtudes morais são adquiridas humanamente”, são os frutos e os germes de atos moramente bons”, “dispõem todas as forças do ser humano para” a “comunhão com o amor divino” (“Catecismo”, n. 1804).

Deste conceito, decorre a regra que, o poder, como qualquer outro ato ou prática humana, deve estar sujeito às virtudes, deve estar sujeito às regras racionais e sociais exigidas pelo bem comum, o poder deve estar sujeito à sociedade organizada, para que todo poder sirva ao bem comum.

A quintessência do jusnaturalismo do melhor da Paidéia, da Bíblia e do cristianismo é justamente a valorização da consciência (especialmente da razão), em sua função de conhecimento, de obtenção da verdade (idéias verdadeiras, reais), como guia da vida.