Dom Hélder, o socialismo e Edward Ted Kennedy, boa unidade

O que temos no Brasil é uma “desordem estratificada”, “cristalizada”, para usar as expressões de Dom Hélder (1909-1999). Por isso, Dom Hélder defendia um socialismo solidário, uma democracia popular, de economia mista, com amplo viés distributista, nacionalista e popular. Dom Hélder foi elogiado até mesmo por expoentes do Partido Democrático nos EUA, como Edward (“Ted”) Kennedy, que declarou em entrevista à revista “Veja” (01.11.1978):

A Igreja católica traz esperanças e forças renovadas para os que lutam pela democracia e pelos direitos humanos. Lideres da bravura de um Dom Hélder Câmara, que trabalha com os pobres do Nordeste, ou um Dom Paulo Evaristo Arns, ativo junto ao povo do maior centro urbano da América Latina, levaram grandes esperanças aos pobres e conseguiram enorme respeitabilidade para as aspirações de largas camadas da população. Eles simbolizam a dignidade da luta pela justiça política, econômica e social, e eu os admiro e apóio por sua coragem e dedicação”.

Conclusão: a defesa do bem comum, dos direitos humanos naturais, hoje, assume a forma de um “ideal histórico”, o ideal histórico da democracia plena, participativa.