Outra boa lição de Chesterton sobre democracia e razão

Chesterton explicou que, “quando entramos numa igreja, Deus nos pede que tiremos o chapéu, mas não a cabeça”. O poder deve ser difundido a todos (quanto mais cargos públicos, melhor), picado (morcilado, de morcilla, salsicha cortada para todos), espalhado, como se espalha adubo sobre a terra, para auxiliar os processos vitais da natureza.

Nos termos de Frei Betto, do livro “Calendário do poder” (Rio de Janeiro, Ed. Rocco, 2007, p. 266), há a mesma idéia:

Revestidos de poder – qualquer um, de síndico ou gerente, policial ou político – deveria dar ouvidos ao que dele dizem os subalternos, Vox populi”.

João Paulo II, na “Sollicitudo rei socialis”, lecionou que a Igreja atua como “guia” (educadora), ensinando “princípios e critérios” racionais, para que as pessoas sejam construtoras da sociedade por si mesmas, usando a própria “reflexão racional” e “as ciências humanas”. Como toda boa educadora, o principal é ajudar o aluno (as pessoas, o povo) a caminhar por si mesmo, pelos próprios pés e cabeças, pela própria consciência, como destacaram São João Baptista de La Salle, São João Bosco, Montessori ou Paulo Freire.