O ideal democrático popular de Aristóteles, Platão, dos estóicos e da Igreja

Como explicou Otfried Hoffe, no capítulo “Aristóteles”, do livro organizado por Alain Renaut, “A liberdade dos antigos – história da filosofia política” (Lisboa, Instituto Piaget, 2001, p. 165), o ideal político de Aristóteles era a democracia, por uma constituição mista, uma “politeia”, baseada numa economia mista, sem miséria, sem opulência (sem oligarquia).

O termo “politéia” significa “república”.

Como explicou Aristóteles, no livro “Política” (IV, 13, 1297 b 24), “aquilo a que hoje chamamos politéia [República} se chamava antes democracia”.

Hoffe concluiu corretamente que “o pensamento republicano” tem Aristóteles como “teórico mais importante”.

Aristóteles explicou no livro “Política” que o povo tem mais competência do que qualquer sábio isolado (cf. III, 11, 1281).

O ideal de uma “Politéia” (“República”) é o ideal de uma Polis (Cidade) onde o Estado seja coisa do povo.

República significa “res” (bens) do “populus” (“pública”, de povo). Este foi o ideal de Platão, exposto nos livros “Leis”, “Da República” e “Protágoras” e foi o ideal de Aristóteles, exposto no livro “Política”. É também o ideal da Igreja.